A estrutura do livro do Apocalipse de acordo com o paralelismo progressivo

 A estrutura do livro do Apocalipse de acordo com o paralelismo progressivo é geralmente interpretada como uma série de visões que se sobrepõem e se ampliam, oferecendo um entendimento mais profundo dos eventos que conduzem ao fim dos tempos, e especialmente ao retorno de Cristo e à vitória final de Deus sobre o mal. Em vez de uma linha do tempo simples, o Apocalipse é visto como um ciclo de visões interligadas, cada uma destacando aspectos diferentes da realidade espiritual e histórica de forma progressiva.

Aqui estão os principais elementos da estrutura do Apocalipse de acordo com essa abordagem:

1. As sete igrejas (Apocalipse 2-3)

  • Propósito: As cartas às sete igrejas representam uma visão panorâmica da Igreja ao longo da história. O conteúdo dessas cartas abrange tanto as condições espirituais das igrejas no tempo de João, como também aspectos mais gerais sobre o futuro da Igreja. Cada igreja enfrenta desafios diferentes, mas todos os cristãos são chamados ao arrependimento, à perseverança e à fidelidade a Cristo.

  • Paralelismo Progressivo: Essas cartas podem ser vistas como uma introdução ao livro, uma vez que a situação das igrejas pode ser interpretada como representativa de diferentes períodos da história da Igreja. A ideia é que a Igreja passaria por diferentes estágios, com alguns problemas e desafios se repetindo ao longo do tempo, à medida que o fim se aproxima.

2. O trono e a adoração (Apocalipse 4-5)

  • Propósito: A visão do trono de Deus em Apocalipse 4 e a adoração de Cristo como o Cordeiro digno em Apocalipse 5 enfatizam a soberania de Deus e a centralidade de Cristo em todo o plano divino. O livro começa com uma visão do poder e autoridade de Deus.

  • Paralelismo Progressivo: Este é um ponto de partida central, pois a adoração e o reconhecimento da soberania divina são temas recorrentes ao longo de todo o livro. À medida que a história se desenrola, a autoridade de Deus é reafirmada de maneiras cada vez mais dramáticas, conforme a vitória de Cristo sobre as forças do mal se torna mais evidente.

3. Os sete selos (Apocalipse 6-7)

  • Propósito: Os sete selos simbolizam os juízos que são liberados sobre a Terra. À medida que os selos são quebrados, diferentes catástrofes e eventos ocorrem, culminando na visão das almas dos mártires sob o altar clamando por justiça. O sétimo selo introduz uma pausa para uma visão mais profunda da proteção de Deus sobre o Seu povo.

  • Paralelismo Progressivo: Cada selo revela um aspecto da perseguição e do sofrimento que os cristãos enfrentarão ao longo da história, mas também aponta para o cuidado e a proteção divina. As visões posteriores expandem os detalhes de como Deus lida com o sofrimento e a injustiça no mundo.

4. As sete trombetas (Apocalipse 8-11)

  • Propósito: As sete trombetas representam julgamentos mais intensos que seguem os selos. Elas trazem desastres e catástrofes mais amplas, como pragas e destruição, que afetam toda a humanidade. A trombeta final anuncia o reino eterno de Deus e o julgamento dos ímpios.

  • Paralelismo Progressivo: As trombetas aprofundam o tema dos juízos, mas com mais ênfase na resolução final e na vinda do Reino de Deus. Cada trombeta traz uma nova camada de clareza sobre a resposta divina aos pecados da humanidade.

5. A batalha cósmica e as sete taças (Apocalipse 12-16)

  • Propósito: Aqui, o Apocalipse revela uma visão mais ampla do conflito espiritual entre Deus e as forças do mal. A batalha cósmica descrita entre a mulher (representando o povo de Deus) e o dragão (Satanás) é seguida pela ação de julgamento representada pelas sete taças da ira de Deus. As taças representam o último derramamento do juízo divino sobre a Terra.

  • Paralelismo Progressivo: A batalha cósmica entre o bem e o mal é um tema que aparece em várias camadas do livro. A progressão aqui mostra como as forças do mal são derrotadas de maneira cada vez mais definitiva, culminando na derrota final de Satanás e dos poderes demoníacos.

6. A queda de Babilônia (Apocalipse 17-19)

  • Propósito: Babilônia é simbolicamente retratada como a grande cidade que representa a corrupção, o pecado e a oposição a Deus. Sua queda é um dos eventos mais significativos do Apocalipse, pois marca o julgamento final sobre o sistema mundial ímpio.

  • Paralelismo Progressivo: A queda de Babilônia reflete a progressiva destruição do mal, que foi prefigurada nas trombetas e nas taças. Este momento é uma espécie de "clímax" na destruição do império do mal, e a progressão nos traz cada vez mais perto da consumação da vitória de Cristo.

7. A segunda vinda de Cristo e o juízo final (Apocalipse 19-20)

  • Propósito: A segunda vinda de Cristo é a culminação de toda a história escatológica. Cristo derrota a besta e o falso profeta, e Satanás é lançado no abismo. O juízo final é descrito com detalhes sobre a ressurreição dos mortos, o juízo das nações e a criação de um novo céu e uma nova terra.

  • Paralelismo Progressivo: A segunda vinda de Cristo é abordada de maneira mais detalhada à medida que as visões se intensificam, trazendo uma maior clareza sobre os eventos e sobre o destino eterno de todos os seres humanos.

8. O novo céu e a nova terra (Apocalipse 21-22)

  • Propósito: O livro termina com a visão da consumação final, onde Deus faz novas todas as coisas. O sofrimento e a morte são abolidos, e o povo de Deus habita em Sua presença para sempre.

  • Paralelismo Progressivo: A visão do novo céu e da nova terra é a culminação de todas as visões anteriores, refletindo a progressão do plano divino para a restauração completa e a vitória final sobre o mal.

Conclusão:

No contexto do paralelismo progressivo, a estrutura do Apocalipse não segue uma sequência linear simples de eventos. Em vez disso, ela retrata um desdobramento progressivo e cíclico, com temas e eventos se repetindo e se aprofundando à medida que o livro avança. Cada seção do livro revisita e aprofunda um aspecto da história do conflito cósmico entre o bem e o mal, até que o plano de Deus seja completamente revelado e realizado na vitória final.

Essa abordagem permite uma compreensão mais complexa e multidimensional do Apocalipse, onde as visões não são apenas relatos isolados de eventos, mas sim partes de um todo interligado e progressivo, que culmina na vitória final de Deus.

Estudo da obra "A Prática da Piedade" (Lewis Bayly) - Capítulo por Capítulo


Uma estudo baseado nesta obra escrita por Lewis Bayly e exposto capítulo a capítulo por capítulo na Igreja Reformada Vida e Plenitude, pelo Rev. Gustavo Maurício. Todo estudo está em uma playlist.

Pietas Didaquê

Aqui se reunem alguns artigos que vão lhe elucidar quanto a piedade cristã. Texto e vídeos que ajudaram a você a compreender esta maravilhosa ortopraxia cristã e reformada.

Texto ~ O que é a piedade? | John Bunyan
Vídeo Aulas ~ A Prática da Piedade | Lewis Bayly





Os Puritanos - O Conceito, história e a prática

Por José Eduardo

Introdução 

O termo tem sido usado para estigmatizar pessoas severas, sem afeições amorosas ou retrogradas, mas isto é um engano. O puritanismo nos deixou um legado Bíblico, um fervor cristocêntrico e uma submissão a Deus cheia de alegria. Por conta disto os puritanos desenvolveram uma enorme afeição pela pregação e afeto com seus ouvintes. Pastores devotados as suas congregações, que estavam preocupados com o discipulado da igreja e o desenvolvimento da comunidade em redor da igreja. Não é à toa que os "pais peregrinos" ao desembarcarem na América do Norte preocuparam-se com a formação do seu povo construindo escolas e universidades com Havard, Princeton e Yale. Mas é verdade, quanto ao seu apego primordial, as Escrituras, isso era admirável e inegociável, o que com toda certeza os tenha levado a rotulações, tais como intransigentes e sua vida cotidiana tratada por muitos de nós como atrasada. Porém, é da voz de um anglicano, aquilo que nos faz lembrar o que é ser um puritano. Este anglicano foi John Trapp, e disse ele: "Onde a Bíblia não tem voz, não devemos ter ouvidos." 

Conceito e Histórico 

O Puritanismo se destaca por ser um movimento em prol das Escrituras reafirmando-as como suficiente para instrução a piedade. O movimento ganha forma ao lutar por uma reforma completa da Igreja da Inglaterra no século XVI, no período de reinado de Elizabete I (1558). Cristãos ingleses neste período procuraram “purificar” a Igreja da Inglaterra, daí vem o termo puritano, um apelido criado para tentar diminuir o caráter e as intenções destes cristãos ingleses. Mas esta tentativa de diminuição não funcionou. Quem não concorda que nossa busca pela pureza da igreja é o nosso dever? Neste sentido, se alguém nos chamar de puritanos porque insistimos na pureza, então isto não é uma ofensa. Portanto, pensar no puritanismo é considerar que ele é uma expressão não só de mera purificação com o abandono de certos hábitos, mas também de buscar conhecer a vontade de Deus, da necessidade que temos de nos "amarrar" a Palavra de Deus para que nela tenhamos segurança real. Por isso os puritanos sempre trabalharam incessantemente na leitura doméstica das Escrituras, regulando a vida no Evangelho, o culto público modesto como uma forma de deixar sempre as vistas e aos ouvidos dos presentes a exposição da Bíblia, e o caráter dos crentes para testemunho das verdades Bíblicas e de Jesus Cristo. 

As asseverações na Igreja Inglesa Protestante (anglicanismo) iam das indumentárias que os puritanos assim consideravam desnecessárias que remetiam a igreja aos exageros litúrgicos do catolicismo romano, além dos severos Seis Artigos, impostos por Henrique VIII (em 1539) com punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”), estes elementos foram profundamente combatidos pelos puritanos. Muitos foram martirizados neste período como: Hugh Latimer (em 1555), Nicholas Ridley (em 1555) e Thomas Cranmer (em 1556). Ainda outros elementos de culto como sinal da cruz em batismos e o ato de ajoelhar-se eram tidos como desnecessários, isto incluía ao gesto comum de se ajoelhar diante dos elementos da ceia. Estes pontos eram combatidos, pois sugeriam uma reverência a objetos de culto onde quem deve receber toda a nossa reverencia é Deus. Partindo deste princípio, a modéstia do culto puritano apontava para poucas expressões, diferente dos costumeiros atos de levantar e sentar nas missas romanas e anglicanas, que se propunham a encucar nos fieis que isto representava um sinal de respeito a Deus, enquanto os puritanos declaravam que se fazia necessário uma inclinação de coração. Mas não subestimemos a simplicidade puritana do culto. A particularização do cântico dos Salmos em seus cultos demonstrava o zelo pela Escrituras. Seus sermões eram meticulosamente estudados pela família, o que isto nos leva a pensar o quanto cada cristão e cada família eram comprometidos com as Palavra de Deus. Estas são singularidades que os fizeram gigantes em seu tempo. 

John Knox[1], um dos pais puritanos perseguidos, ao expor suas posições quanto a modéstia na adoração conclamou um dos solas da Reforma – sola scriptura. “Somente a Escritura deve ser o guia para a adoração. Todas as práticas e observâncias na igreja que não têm autoridade escriturística, devem ser abolidas. ” Estas palavras de Knox deixa claro que o movimento buscava uma pureza objetivada naquilo que as Escrituras instruíam os crentes. Considerando que a ceia e o batismo são obras ordenadas para um fim de anunciar aos homens a morte e ressurreição do Cristo e a aclamação de indivíduos na igreja que Cristo comprou, escreve Rutherford[2]: “o que quer que nos faça perfeitos e perfeitamente habilitados para toda a boa obra, e essa é a finalidade para a qual foi escrito este trecho, que qualquer Timóteo, ou pastor fiel pode saber como deve proceder na Casa de Deus ... deve constituir uma base perfeita de disciplina, que não varia, sem fluxo e refluxo e sem alteração conforme o governo civil, as leis, os hábitos e os costumes dos homens. Mas as Escrituras de Deus assim instruem todos os membros da Igreja visível, tanto os governadores como os governados (2 Tm.3:16,17, 2 Tm.3.14,15)”. 

O Perfil Puritano 

Alderi Souza[3] apresenta dentro do movimento um perfil e características gerais dos puritanos: 

Terminologia 

Não-conformistas: esse termo surgiu na história inglesa quando puritanos e separatistas não quiseram aderir à Igreja da Inglaterra (oficial) desde 1660 até o Ato de Tolerância (1689). Não-conformidade é a atitude de não se submeter a uma igreja oficial. 

Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas.

Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria. 

Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa. 

Dissidentes: aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui congregacionais, presbiterianos e batistas. 

Características gerais 

Os “não-conformistas”, como também eram chamados, em geral eram ministros com educação universitária, oriundos principalmente de Cambridge, embora também houvesse leigos ardorosos entre eles. 

Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente. 

O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado. 

O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, isto estava óbvio à medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade Bíblica. Por exemplo, eles objetavam o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.

Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor da Bíblia no culto. 

Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete). 

Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado. 

Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda. 

Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês. 

Outros puritanos, como Richard Baxter (1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais. 

Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção. 

O puritanismo prático na família, na Igreja e na sociedade 

Ao ler sobre os puritanos não é difícil concluir que eles foram notáveis cristãos práticos. Sobre tudo, eles eram práticos no desenvolvimento de sua teologia na família. A forte aplicação da teologia do pacto e a responsabilidade dos pais na formação de seus filhos podem ser descrita na narrativa particular de Joel Beeke em seu livro Adoração no Lar. 

“Pai, a lembrança mais remota que tenho é a de lágrimas escorrendo pelo seu rosto enquanto você nos ensinava sobre como o Espírito Santo guia os crentes, nas noites de domingo, quando usava o livro O Peregrino. Quando eu tinha três anos de idade, Deus o usou em nosso culto doméstico para me convencer que o cristianismo era verdadeiro. Não importa o quanto tenha me desviado nos últimos anos, nunca pude questionar seriamente a veracidade do cristianismo e quero lhe agradecer por isso”[4] 

A rapidez com que estes irmãos praticavam a teologia na família pode ser observada na história. A forma como o presbiterianismo se desenvolveu na Escócia, que se deu em diversos processos, especialmente entre 1643 e 1712, nos dá sensação de que existia uma disposição vigorosa para o avanço da proclamação e as transformações sociais. Mas nada disto poderia estar longe dos arraias dos lares puritanos. Carlos I e Willian Laud, querendo impor a liturgia anglicana tiveram que lidar com um surpreendente crescimento dos puritanos na ocasião da convocação de eleições parlamentares. Para surpresa dos impositores o Parlamento era de maioria puritana. Este é um efeito social, não sendo somente um processo de evangelização nacional; o puritanismo brotava de suas próprias casas. O Rev. David Lipsy nos dá uma boa definição para esta questão: 

“Para os puritanos, a ligação do matrimônio era considerada ‘a fonte e raiz principal e original de todas as outras sociedades’. Em outras palavras, se os casamentos não eram bons, como poderia a igreja ou a sociedade ser?”[5] 

Com Carlos II não foi diferente. Se o seu pai, juntamente com Willian Laud queriam impor uma liturgia oficial, Carlos II desejava um sistema episcopal oficial. Então os puritanos e presbiterianos escoceses ergueram um pacto nacional que defenderia até a morte a autonomia da igreja da Escócia. No entanto, que se pode observar é que o relato pessoal de Joel Beeke sobre a vida devocional de sua família puritana é uma síntese do modelo de vida que deu vigor a todos os movimentos[6]. 

Alderi Souza nos deixa mais um relato que corrobora com a narrativa pessoal de Joel Beeke: “A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.”[7]. Os puritanos acertadamente davam atenção a família e como isto poderia produzir um efeito social. Se desconsiderarmos este ponto crucial da vida puritana o puritanismo prático não tem qualquer sentido.

Infelizmente o puritanismo é caricaturado como um movimento de pessoas sisudas, legalistas e inflexíveis. Talvez por conta de sua intrepidez teológica e social, seus inimigos, para os depreciar pintaram um quadro obscuro destes irmãos notáveis. Este quadro obscuro não pode vencer o efeito legítimo dos puritanos na Inglaterra, Escócia, Irlanda, Holanda, Países Baixos e mesmo aqui no Brasil com a figura do Rev. Robert Kalley. O puritanismo não nasce somente pelo desejo de purificar a igreja, todo puritano legítimo deseja que sua família seja pura, que seus filhos temam a Deus. O crescimento relevante dos puritanos precisa ser associado ao ardente desejo de dizer que “eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

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[1]John Knox: Livro – “Sobre Liturgia e Adoração”, redigido por Rev. Daniel Klein – Editora Os Puritanos, pg. 2

[2] Ian Murray: Livro – “As Escrituras e as Questões Indiferentes – Um Problema Central na Controvérsia Puritana”, Editora Os Puritanos, pg. 24

[3] Alderi Souza: Artigo: “Puritanos e Assembléia de Westminster - OS PURITANOS: SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA”, link: http://www.mackenzie.br/7058.html

[4] Joel Beeke, “Adoração no Lar”, editora Fiel, 2011, p. 9, 10

[5] Rev. David Lipsy, trecho de “A Mulher Puritana”, palestra proferida na “Conferência da Mulher – HNRC” no ano de 1998 pelo Pr. David Lipsy. Traduzido e publicado em português originalmente na ”Revista Os Puritanos” (Ano XII, nº 02:2004), republicado em Mulheres Piedosas com permissão do Projeto Os Puritanos e do autor.

[6] Alderi Souza de Matos, “História do Movimento Reformado, O PRESBITERIANISMO NA ESCÓCIA (2ª PARTE)”, Instituto Presbiteriano Makenzie, http://www.mackenzie.br/7015.html

[7] Alderi Souza de Matos, “História do Movimento Reformado, OS PURITANOS: SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA”, Instituto Presbiteriano Makenzie, http://www.mackenzie.br/7058.html

A razão pela qual eu me concentro em Jesus Cristo

Por José Eduardo

Quero deixar claro que antes de conhecê-lo obviamente eu não agia assim, e que mesmo depois de ter tido o encontro milagroso com ele, ainda peco neste sentido – “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Romanos 7.19). Há muito o que melhorar em mim. Um convite tem sido feito a nós todos os dias, está lá nas Escrituras – “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12.2).

Na contramão está o mundo e quando me refiro à mundo falo do presente mundo (era, século ou tempo presente) que nós vivemos. Temos uma tendência a fazer comparações com épocas que nunca as vivenciamos. Isto pode ter uma relação por de alguma forma conseguirmos enxergar que algo está errado nos tempos atuais, mas comparações não nos ajudam em nada. Se tivermos que fazer comparações com o tempo em que vivemos que façamos com Cristo. Mas este é um caminho que nos confronta, pois podemos passar a perceber que eu faço parte, tomo a forma, sou conivente ou até mesmo sou responsável pela degeneração que criticamos.

A razão pela qual eu me concentro em Jesus Cristo reside no fato dele ser meu modelo, meu alvo (Hebreus 12.2), mesmo que eu possa vacilar (Romanos 7.19). E por falar em vacilar, não estou me regozijando nisto, mas preciso ser claro a respeito de minhas limitações que são vencidas pelo árduo desejo de vê-las esmagadas pela cruz. A razão pela qual eu me concentro em Jesus Cristo também reside no fato de estar cansado de andar em círculos de comportamentos viciosos. Meu irmão e minha irmã, estamos todos sujeitos a isto e é por isso que devemos nos concentrar em Jesus Cristo, pois ele é o único capaz de nos modificar. Isto não é um juízo velado, mas uma palavra de ânimo, como Deus deu a Israel por meio de Ezequiel quando a nação era comparada a um vale de osso (Ezequiel 37.1-14) e Deus disse: “Assim diz o Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.” (Ezequiel 37.9). Que magníficas são estas palavras de ânimo, de sabermos que depois da morte espiritual vem a vida de Deus.

E por último, a razão pela qual eu me concentro em Jesus Cristo reside no fato de que ele começou uma grande e excelente obra em mim: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” (Filipenses 1.6). Aqui pode morar um perigo nas mentes de pessoas se usurpam de um orgulho. Há aqueles que fazem questão de usarem esta passagem para causar intrigas com outras pessoas, como quem diz: - veja o que Deus fez comigo. As pessoas têm se ferido nos seus relacionamentos interpessoais e decidiram fazer vingança e estão usando a fé que dizer professar como instrumento para tal. Ora, este não é o papel a ser exercido por nós, os da fé. Se Jesus é o nosso exemplo, veja o que se lê sobre ele: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, (Filipenses 2.5-6). Ele foi humilde e nossa salvação e fé devem estar no mesmo nível do mestre.
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Os textos bíblicos utilizados aqui foram extraídos da ACF (Almeida Corrigida Fiel)

A doutrina bíblica e reformada da vocação

Os cristãos atuais frequentemente falam sobre transformar a sociedade. Um exemplo radical de como um ensino teológico teve um impacto social revolucionário é a doutrina da Reforma sobre a vocação. Na Idade Média, a sociedade era altamente estruturada, hierárquica e estática. Isso mudaria, começando no ano de 1500, como uma consequência não intencionada da doutrina de Lutero sobre a vocação.

A doutrina da vocação

Para Lutero, vocação — a palavra latina para “chamado” — significa muito mais do que um emprego ou profissão. Vocação é a doutrina de Lutero sobre a vida cristã. Mais do que isso, a vocação é a maneira como Deus trabalha através dos seres humanos para governar a sua criação e conceder os seus dons.

Deus nos dá nosso pão diário por meio de fazendeiros, moleiros e padeiros. Ele cria e cuida de uma nova vida por meio de pais e mães. Ele nos protege por meio das autoridades legais. Ele proclama a sua Palavra e administra os seus sacramentos por meio de pastores. A vocação, disse Lutero, é uma “máscara de Deus”, uma maneira pela qual ele se esconde nas relações e tarefas comuns da vida humana.

Um texto-chave para a vocação é 1 Coríntios 7.17: “Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado”. O contexto imediato dessa passagem tem relação com o casamento. Nossas famílias, nossa cidadania em uma determinada comunidade ou sociedade, nossas congregações e, sim, nossos locais de trabalho são todos facetas da vida para as quais Deus nos designou e nos chamou.

O propósito de todos os nossos chamados é amar e servir os próximos que cada vocação introduz em nossas vidas (no casamento, nosso cônjuge; na paternidade, nossos filhos; no local de trabalho, nossos clientes; e assim por diante).

Somos salvos somente pela graça, pela fé na obra de Jesus Cristo. Mas, depois, somos enviados de volta aos nossos chamados para que vivamos essa fé. Deus não precisa das nossas boas obras, disse Lutero, pensando nos esforços exaustivos para merecer a salvação para além do dom gratuito de Cristo, mas o nosso próximo precisa das nossas boas obras. Nossa fé dá fruto em amor (Gálatas 5.6; 1 Timóteo 1.5), e isso acontece em nossas famílias, trabalho, comunidades e congregações. Nesses chamados, também carregamos nossas cruzes, pecamos e encontramos perdão, e crescemos em fé e santidade.

Os estamentos

A sociedade medieval era dividida em três estamentos: o clero (“aqueles que oram”); a nobreza (“aqueles que lutam”, ou, na prática, “aqueles que governam”); e os plebeus (“aqueles que trabalham”).

Pensava-se que o clero tinha uma “vocação”, um chamado distinto de Deus para buscar “a vida espiritual” para além do mundo. Dedicar-se completamente à oração e aos exercícios espirituais era considerado de muito maior valor do que aquilo que poderia ser encontrado nos estamentos seculares. Entrar em uma ordem religiosa exigia votos de celibato, pobreza e obediência. Para Lutero, essa busca por mérito não somente era uma rejeição do evangelho, mas tais votos repudiavam os próprios reinos da vida — família, trabalho, governo — que Deus estabeleceu. Esses reinos, ele insistiu, também eram vocações cristãs.

Lutero redefiniu os estamentos como instituições designadas por Deus para a vida terrena. Essas instituições são a igreja, o Estado e o lar (a família e seu trabalho econômico). Essas eram paralelas aos estamentos medievais do clero, nobreza e plebeus. Mas enquanto na Idade Média essas eram três categorias sociais separadas, para Lutero, essas são esferas de vida nas quais todo cristão habita e nas quais todo cristão tem vocações.

As distinções sociais rígidas entre três estamentos — aqueles que oravam, aqueles que governavam e aqueles que trabalhavam — desmoronaram. A vida de oração não é apenas para uma classe sacerdotal, mas para todos os crentes. O Estado não é apenas a preocupação de uma elite governante, mas de todos os seus cidadãos. O lar não é apenas para os plebeus. Todos, incluindo o clero, podem ser chamados para o casamento e a paternidade. Todos, inclusive a nobreza, são chamados ao trabalho produtivo. Todos oram. Todos (eventualmente) governam. Todos trabalham.

O impacto social da Reforma

Outra nomenclatura para a doutrina da vocação é o sacerdócio de todos os crentes. Deus chama alguns cristãos para serem pastores, mas ele chama outros cristãos para exercerem o seu sacerdócio real ao ararem campos, forjarem aço e iniciarem negócios. Mas todos os sacerdotes — incluindo os camponeses e moças serviçais — precisam ter acesso à Palavra de Deus. Assim, durante a Reforma, as escolas abriram e a alfabetização floresceu.

Os plebeus instruídos subiram a escada social e poderiam governar, eventualmente. Os trabalhadores que amavam e serviam os seus clientes por meio dos seus trabalhos encontraram sucesso econômico. Enquanto Lutero se dirigia a uma sociedade estática pós-medieval, Calvino e posteriormente os puritanos adaptaram a vocação ao emergente mundo moderno. Eles deram ênfase aos chamados do local de trabalho e encorajaram os cristãos a aceitarem as novas oportunidades às quais Deus os estava chamando. Assim, a Reforma proporcionou uma mobilidade social sem precedentes.

Estranhamente, a doutrina da vocação tem sido esquecida hoje. O que uma redescoberta da vocação faria à sociedade atual?

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Tradução: Camila Rebeca Teixeira

Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva

Original: How Vocation Transformed Society

Extraído:https://ministeriofiel.com.br/artigos/a-doutrina-biblica-e-reformada-da-vocacao/

O que Jesus na prática quis dizer com: "não vim trazer paz, mas espada"? (Mt 10.34)

Por José Eduardo

O mundo é um misto de tudo. E um dos maiores apelos do mundo é a cultura. E por que? Porque a cultura é o resultado do processo dos costumes, o etos. Isto torna-se tradições, e como as clãs no passado necessitavam de afirmações para serem notadas e respeitadas, isto foi se consolidando como algo intocável. Eu vou citar um exemplo muito objetivo quanto a esta questão. Lendo um periódico da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sobre a evangelização dos índios Terena no Matogrosso (deixarei o periódico disponível ao final deste artigo)[1], que apesar do caso em si não afirmar que todos os Terenas foram de fato convertidos, pois muitos deles estavam expostos a disputas político-religiosas entre si para se afirmarem na "sociedade civilizada", o que temos em curso é que, os Terenas de 1860-1960 nunca mais foram os mesmos. Uma das evidências é que, na disputa pela evangelização deles entre católicos e protestantes, e busca dos próprios Terenas pela afirmação na "nova sociedade", eles em parte eram paroquiais e romanizados e em parte eram protestantes, mas em muitos casos, o xamanismo os unia novamente, mesmo porque, do ponto de vista sociológico, o xamanismo era também uma forma de equilibrar a balança cosmológica dos terenas[2]. O xamanismo é um ritual ancestral para se estabelecer contato com os espíritos. O que estou querendo dizer com isso é que, os próprios Terenas em sua grande parte adaptou a sua cultura indígena, convivendo com o cristianismo e o xamanismo ao mesmo tempo. Os antropólogos, sociólogos, ativistas e simpatizantes de ideia de que nenhuma cultura deve ser modificada por elementos externos parecem não considerar que os próprios cultivadores das suas culturas muitas vezes não querem essa defesa. E este é só um lado da questão. Não estou nem entrando na parte em que Jesus Cristo entra nesta questão. Até aqui só estou acompanhando o processo pela perspectiva dos Terenas que, aproveitando o momento de autoafirmação, permearam o cristianismo a sua cultura, fazendo modificações internas na ética da tribo o que é óbvio. Ao ler o periódico, você terá esta clara noção.

Mas então, em se tratando da fala de Jesus - "não vim trazer paz, mas espada" (Mt 10.34), certos Terenas, que eu mesmo vi, pintados e de cocar, estavam somente fazendo uma menção visual de onde vinham no passado, mas suas palavras e suas ações estavam apontando para a vida que agora tinham e para onde estavam rumando ir. O Missionário Ricardo Poquiviqui Terena, pessoa com quem tive contato pessoalmente é a prova do que eu estou falando. O conheci em 2007,  cantando em língua Terena. Mas a verdade é que seu trabalho com os índios de sua tribo não se trata em meramente fazer discursos bíblicos com aceitação passiva do xamanismo entre seus pares. Missionário Ricardo Poquiviqui Terena, vive na sua tribo, é um Terena, mas não "congrega" na oca do Xamã. Existe uma "linha divisória" na taba dos terenas que foi exposta em 2013 em um artigo da Revista Ultimato[3]. Os que se sentem abalados com qualquer coisa, a frase "linha divisória" na taba dos terenas seria o mais politicamente incorreto, no entanto é a mais pura realidade. E não porque o Missionário Terena é um provocador de motim. pelo contrário. Ricardo Poquiviqui á antropólogo e tem feito um trabalho pioneiro na CONPLEI[4], agência missionário indígena. Fato é que, esta "linha divisória" se dá não porque seja o prazer do Missionário Ricardo, mas pela própria resistência do mundo. Jesus está sendo óbvio ao dizer que a espada viria acompanhado dele, porque o que ele diz e quer, divide os homens carnais. É assim na história. A Revolução Jacobina (1792-1794) entre tantas coisas se negava a manter o cristianismo vivo na França, então não só criaram um calendário peculiar da revolta, como retirou dele qualquer data que remetesse a França ao cristianismo. Ou seja, até que os homens venham se render a Cristo, as linhas divisórias se manterão.
Uma das formas mais comuns de se manter esta divisão é a defesa romântica da manutenção da cultura. Recentemente li o seguinte Tweet e francamente me posicionei:

ARGUMENTO 1 - O CRISTIANISMO NÃO TE LEVA A DEIXAR UAM CULTURA ... JESUS VIVIFICA CULTURAS

"se um judeu se converte ao cristianismo ele não deixa de ser judeu, se um cigano se converte não deixa de ser cigano, se um indígena se converte não deixa de ser...Jesus não mata culturas, vivifica elas. N existe uma cultura eleita, existem corações avivados" 

Este argumento é empobrecido com a visão do que terreno, sem nem considerar as ponderações mais simples como a de que somos peregrinos dessa terra (1 Pe 2.1). É bem verdade que Jesus disse que não nos iria tirar do mundo agora (Jo 17.15), mas ao mesmo tempo já vivemos como se não fossemos mais deste mundo (Cl 3,1). Isto tem motivos óbvios de serem ditos na Bíblia, é para que não nos deixemos moldar por este mundo caído.

RESPOSTA 1

"Em que sentido não deixa de ser judeu? Porque para eles o judaísmo é uma identidade nacionalista e uma religião. Em certo sentido, um judeu convertido terá que abandonar o etos religioso que é parte da cultura judia. Por lá essas coisas se misturam."

Há pessoa que realmente, Jesus esteve e está preocupa que um cristão viva para reafirmar suas tradições culturais seculares.

ARGUMENTO 2 - JESUS ERA JUDEU (LOGO ISTO É BASE SUFICIENTE PARA SAIRMOS EM DEFESA DA CULTURA?)

"Muito bom, Jesus é judeu inclusive"

Claro, o melhor argumento é que Jesus era judeu, isto reforça o imaginário. Mas nem se deu o trabalho de verificar as "entrelinhas" que evidenciam os reais fatos.

RESPOSTA 2

"Ele foi judeu. Por exemplo, quando ele voltar, ele não virá como um ser étnico, mas celestial. Até mesmo Paulo, que foi um tradicional judeu considerou isso como perda para se aproximar de Cristo (Fp 3.1-8). Jesus não chamou ninguém a apegos culturais."

Eu cito o texto de Filipenses 3, e nem fui tão a fundo nas palavras mais "politicamente incorretas" de Paulo que diz que considerava tudo como esterco. Mas o erro da excessiva defesa da cultura secular continua:

ARGUMENTO 3 - JESUS ERA JUDEU (LOGO ISTO É BASE SUFICIENTE PARA SAIRMOS EM DEFESA DA CULTURA?)

"Fisicamente Ele é judeu. Ele tem o mesmo corpo (so que glorificado) que tinha há dois mil anos atrás. As marcas dos pregos em seus pulsos estão continuam la"

Fisicamente? Então a Jesus resta isto? 

 RESPOSTA 3

"Não acho que alguém precise de fato romper com sua cultura, mas isso ocorre naturalmente no cristianismo, quer pela oposição que a cultura secular faz a fé, quer porque Jesus Cristo irrompe com isto. Culturalmente ele nem deveria pisar em Samaria, mas fez isso."

Se o fato de Jesus ser fisicamente ser judeu fosse tão relevante, o que ele estava fazendo em Samaria, sendo judeu? Ele estava lá como judeu ou como Messias?

A piedade cristã exige de nós rompimentos, mas não desafetos. Uma coisa é bem diferente da outra. Talvez, no imaginário coletivo, a cultura seja aquela fonte primitiva de segurança. O que é um ledo engano. Não estamos seguros nela. Ela jaz no mundo que trás aflições. Por outro lado, nos asseguramos em Jesus Cristo, firmeza nossa.

Solus Christus

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[1] HISTÓRIA E COSMOPOLÍTICA TERENA NO SUL DE MATO DE GROSSO (1860-1960) - https://drive.google.com/file/d/1yGasvJsWEAjpdsjTKfpBFZJAtcY1CjOB/view?usp=sharing

[2] Protestantismo a Moda Terena, pg. 135-136 (https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/2259/1/protestantismo_a_moda_terena.pdf)

[3] Indígenas terena têm rede de igrejas evangélicas - Artigo da Revista Ultimato de 2013 - https://www.ultimato.com.br/conteudo/indigenas-terena-tem-rede-de-igrejas-evangelicas

[4] Conheça a CONPLEI - https://www.conplei.org.br/

A Beleza da Santidade

Por Arthur W. Pink

“Adorai o Senhor na beleza da santidade” (Salmos 29:2). Santidade é a antítese do pecado, e a beleza da santidade está em contraste direto com a feiura do pecado. O pecado é uma deformidade, uma monstruosidade. O pecado é repulsivo, repelente ao Deus infinitamente puro; é por isso que Ele escolheu a lepra, a mais repugnante e terrível de todas as doenças, para ser seu emblema. Quando o Profeta foi divinamente inspirado para descrever a condição degenerada de Israel foi nestas palavras: “Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres” (Isaías 1:6). Oh, que o pecado fosse repugnante e odioso para nós; não apenas em suas formas mais grosseiras, mas o pecado em si. No extremo oposto da hediondez do pecado está a “beleza da santidade”. A santidade é amável aos olhos de Deus, é necessariamente assim. Ela é o reflexo da Sua própria natureza, pois Ele é “glorioso em santidade” (Êxodo 15:11); oh, que ela possa ser cada vez mais atraente e mais sinceramente buscada por nós. Talvez a maneira mais simples de trazer à tona a beleza da santidade será em contrastá-la a partir das belezas temporais e do sentido.

Em primeiro lugar, a beleza da santidade é imperceptível para o homem natural, e é aí que ela difere radicalmente das belezas da mera natureza. Ele pode contemplar e admirar um lindo vale, o rio que flui suavemente, os pinheiros da montanha, a queda d’agua da cachoeira, mas para a excelência das graças espirituais, ele não tem olhos. Ele considera como covarde alguém que (pela graça) humildemente se submete a provações dolorosas. Ele olha para aquele que nega a si mesmo por amor de Cristo como um tolo. Ele considera o homem que segue rigorosamente o caminho estreito como aquele que perde o melhor da vida. O homem natural é totalmente incapaz de discernir a excelência do que é de grande valor aos olhos de Deus; alguém acha que estamos dizendo isso muito severamente? Então, deixe-o ser lembrado do fato solene de que quando o Santo habitou aqui na terra o não-regenerado não viu nEle “nenhuma beleza” para que O desejassem (Isaías 53:2), e é o mesmo hoje. Deus deve remover as escamas dos olhos do nosso coração antes que possamos perceber que a santidade é bela.

Em segundo lugar, a beleza da santidade é real e genuína, e é aí que ela difere radicalmen- te de grande parte da beleza que é vista no mundo. Quanto do que atrai o olhar do homem natural é artificial e fictício. Quanta beleza humana é forjada, produto dos artifícios de salão. Mesmo quando a beleza física é natural, quão raramente é acompanhada de virtudes mo- rais. Não admira que os nossos antepassados estavam acostumados a dizer: “A beleza é apenas superficial”. Não é assim com a beleza da santidade; ela está enraizada no homem interior, e lança a sua influência purificadora sobre todo o ser. “Enganosa é a graça, e vã é a formosura” (Provérbios 31:30). Mas a santidade não decepciona seu possuidor, pois a sua beleza é espiritual e Divina. É verdade que há muitas falsificações no mundo religioso, mas o artigo genuíno tem um anel que ele, o piedoso, não pode confundir.

Em terceiro lugar, a beleza da santidade é permanente, e é aí que ela difere radicalmente de toda a beleza da Terra. O vale arborizado, cujas tonalidades variadas são tão agradáveis sob o sol de verão, é desfolhado e monótono quando chega o inverno. O pôr-do-sol glorioso que a inteligência humana não pode nem produzir nem reproduzir adequadamente desa- parece em poucos minutos. O mais belo rosto humano murcha rapidamente: “toda a sua beleza se foi” (Lamentações 1:6). Mesmo quando é preservada até o fim de uma vida curta, “sua formosura se consumirá na sepultura” (Salmos 49:14). Sim, há mudança e decadência em tudo o que vemos. A única beleza que é imperecível e eterna é a beleza da santidade. O fruto do Espírito nunca perderá a sua flor; graças espirituais serão perseveradas depois deste pobre mundo todo ter virado fumaça. Quão fervorosamente, então, devemos orar: “Seja sobre nós a formosura do SENHOR nosso Deus” (Salmos 90:17).

Em quarto lugar, a beleza da santidade é satisfatória, e aqui ela difere radicalmente da beleza das coisas do tempo e sentido. Mais cedo ou mais tarde estas igualmente enfastiam- se em alguém, senão deixam um vazio doloroso. Observe o viajor que peregrina de leste a oeste, de norte a sul, buscando novas paisagens. Em quanto tempo ele se cansa, des- cobrindo que a paisagem mais bela não pode fornecer o contentamento de espírito e paz de coração. O homem é mais do que uma criatura material, e, portanto, requer algo mais do que coisas materiais — não importa o quão belas — para atender às suas necessidades. São as coisas do Espírito somente, que dão satisfação. “Piedade com contentamento é grande ganho” (1 Timóteo 6:6). Na verdade, o Cristão nunca está satisfeito com a sua pró- pria santidade; sim ele continua a ter fome e sede de justiça, até o fim de sua jornada no deserto; apesar do mais santo que sejamos, o mais próximo que andemos com Deus, o mais real descanso da alma que desfrutemos. E a abençoada sequência demonstrará o contraste ainda mais claramente; ao em vez de descobrir que só temos perseguido as sombras, o Cristão tem a certeza: “eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar” (Salmos 17:15).

Em quinto lugar, a beleza da santidade é glorificar a Deus, e é aí que ela difere radicalmente de muita beleza humana. Glorificar o seu Criador é o dever sagrado do homem, e nada honra-O tanto quanto o nosso caminhar na separação de tudo o que é desagradável para Ele. Mas, infelizmente, encantos físicos e graças espirituais raramente são encontrados nas mesmas pessoas. Um notável exemplo disto é visto no caso de Absalão de quem está re- gistrado: “Não havia, porém, em todo o Israel homem tão belo e tão aprazível como Absa- lão; desde a planta do pé até à cabeça não havia nele defeito algum” (2 Samuel 14:25), ain- da que não temia a Deus e tenha perecido em seus pecados. Como muitas mulheres têm usado seus atrativos pessoais para seduzir os homens em vez de exaltar a Deus. Como o homem abastado e bonito tem utilizado seus dons para a auto-glorificação, em vez de usá- los para o louvor de Deus. Mas a beleza da santidade sempre redunda em honra do seu Autor.

“Adorai o Senhor na beleza da santidade”. Este é o único tipo de beleza que o Senhor Se importa em nossas devoções. “A santidade é para a alma como a luz é para o mundo, para ilustrá-la e enfeitá-la. Não é a grandeza que nos coloca diante de Deus, mas a piedade” (Thomas Watson). Deus não Se deleita em arquitetura enfeitada e vestes caras. É a beleza da pureza interior e santidade exterior que agrada ao Três-Vezes-Santo. Sinceridade de coração, fervor de espírito, reverência de comportamento, o exercício da fé, as saídas do amor são alguns dos elementos que compõem a “beleza da santidade” em nossa adoração.

O que as Escrituras nos ensinam sobre o Jejum?

Por José Eduardo

A importância do jejum como disciplina espiritual

A Bíblia apresenta o jejum como algo praticado pelo povo de Deus ao longo da história. E Jesus não deixou de falar sobre isto. Há um texto muito importante na asseguração de que o jejum é algo que deve estar em nossa disciplina espiritual. Disse Jesus: “Quando jejuardes ...” (Mt 6.16). Claramente a ideia aqui é que Jesus espera que os seus discípulos jejuem. Isto está muito evidente quando em conexão com o capítulo, este versículo se associa a outras duas outras práticas mencionadas por Jesus: “Quando, pois, deres emola ...” (Mt 6.2) e “Quando orardes ...” (Mt 6.5). Jesus não está perguntado “quando vocês vão fazes estas coisas?”, mas está afirmando que vocês vão fazer estas coisas. Sabemos por exemplo que a oração é um elemento da armadura de Deus da qual o cristão deve considerar indispensável. Paulo aos Efésios diz: “orando em todo tempo no Espírito” (Ef 6.18). A oração é sem dúvida mencionada em várias partes da Bíblia como algo a ser feito e que tem enorme impacto na vida daqueles que assim se portaram. E isto se aplica ao jejum também.

Os exemplos Bíblicos nos ajudam a entender o valor e propósito do jejum

O Livro de Atos registra que diversos ministros da igreja estavam jejuando em associação com a oração antes de tomarem importantes decisões (At 13.1-3; 14.23). O. jejum e oração frequentemente andam juntos (Lc 2.37). A luz da Escrituras verificamos que o jejum e a oração são equivalentes como disciplina espiritual, estando ambos juntos na prática de vida da igreja. Mas impressiona-nos que, existam entre nós aqueles que desconsideram totalmente que o jejum não tem qualquer valor, imaginando alguns que esta é uma prática abolida na igreja, o que não é verdade.

Desviando nossos olhos das coisas deste mundo, podemos melhor voltá-los para Cristo. Jejuar não é uma maneira de conseguir de Deus o que queremos. O jejum muda a nós, não a Deus. Jejuar não é uma maneira de parecermos mais espirituais do que os outros. Jejuar é algo a ser feito em espírito de humildade e atitude alegre. Mt 6.16-18 declara: “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”

Uma noção teocêntrica sobre a prática do jejum

Alguns irmãos têm atribuído o jejum como prática de um seleto grupo. Se de fato em momento de ruptura com os ensinamentos mais rudimentares sobre o jejum, alguns do que são chamados de crentes tradicionais se afastaram desta prática por motivos estes  relacionado a ideia do cessacionismo, por outro lado, não é verdade que o jejum seja uma prática de grupos seletos. Lewis Bayly em sua obra “A Prática da Piedade” diz:

“Quem primeiro ordenou um jejum foi Deus no paraíso, e com ele foi relacionada a primeira Lei formulada por Deus, quando ordenou a Adão que se abstivesse do fruto proibido. Deus só pronunciou a escreveu a sua Lei com o seu povo praticando o jejum (Lv 23), e na sua Lei Ele ordena a todo o seu povo que jejue. É o que também o que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ensina a todos os seus discípulos sob o Novo Testamento, assumindo o jejum como prática normalmente aceita (Mt 6.17; 9.15) [...] Em nenhum outro aspecto a natureza e a graça concordam melhor do que no que se refere ao exercício do jejum religioso, pois esta prática traz estes benefícios: fortalece a memória e aclara a mente; ilumina o entendimento e refreia os sentimentos; mortifica a carne, impede doenças e mantém a saúde; livra de males e proporciona toda espécie de bênçãos. Pela quebra deste jejum, Adão foi derrotado pela serpente e perdeu o Paraiso. Contudo, por observar o jejum, o segundo Adão venceu a serpente e nos restaurou o céu.”[1]

Bayly era um puritano do século VII, um homem de origens calvinistas. Por ser anglicano, hoje ele seria facilmente taxado daquele típico indivíduo de denominação tradicional, apelidado de frio, cético e formalista. A origem dos chamados tradicionais é esta apresentada por Bayly, que, entende que jejum não é uma prerrogativa de um grupo seleto, mas é aplicado e ordenado por Deus. Este jejum imputa bênçãos celestiais, como também nos disciplina e mortifica. Portanto, o jejum tem uma aplicação e uma estrutura teológica que o afirma. Amados em Cristo é bom que saibamos que estamos lindando com uma prática comum, teológica, ordenada e praticada no povo de Deus. Portanto o jejum é uma disciplina do povo de Deus, e mesmo que uma minoria não entenda que o jejum seja para os nosso dias, devemos orar por eles, instruir, e não divulgar a ideia falsa de que um grupo seleto está defendendo e praticando o jejum, pois isto é uma mentira quando sentamos com muitos irmãos de diversas orientações espirituais mais históricas.

O jejum particular e coletivamente

Ambos estão nas Escrituras. Na Nova Aliança, o jejum não está subjugado a nenhum artifício da Lei, mas é uma disciplina comum dos cristãos e que sempre foi praticado de livre propósito como podemos ver em Rm 14.3 e 1 Co 7.5 ou quando existia uma ocasião que entendiam ser necessário o jejum. Neste caso, quando Jesus é interrogado quanto a fata de habito de jejum dos seus discípulos, Jesus deu uma resposta que é muito simples. Quando Jesus está com seus discípulos eles não precisam jejuar, pois estão em plenitude de comunhão celestial com o Cristo revelado em carne. Mas haveria um dia em que não desfrutariam dessa plenitude, dessa totalidade até aquele voltasse, então, aí sim, eles jejuariam (Mt 9.15).

O sentido do jejum aqui é enfatizado na nossa necessidade de buscar estar bem perto de Cristo e isto era demonstrado quando se abria mão de um alimento terreno. Aqui, nesta ocasião Jesus está falando tanto do jejum particular quanto coletivo. Os discípulos jejuariam particularmente ou coletivamente segundo Jesus apresenta no texto. Mas para que entendamos que o jejum coletivo também era prática mesmo na Nova Aliança é só notarmos que Jesus diz estas palavras enquanto os discipulos estavam reunidos, e enquanto comiam, logo, elas serviriam para lhes incentivar ao jejum coletivo, na sua ausência em carne.

Este jejum particular ou coletivo pode ser visto em muitos outros textos Bíblicos, tais como 2 Sm 3.35; Ed 10.6; Dn 10.3; Et 4.16 e At 9.9, sempre com aquele jejum comum de abstenção de alimentos sólidos e líquidos. As vezes as pessoas se negam a fazer o jejum coletivo, com algum pretexto de que ela já faz isso em particular. No entanto, quando dois ou mais estão engajados em algum propósito espiritual, numa resposta sobre a vontade de Deus, ou até mesmo na busca pelo livramento e bênção do povo de Deus, o jejum coletivo foi utilizado e registrado para que com ele aprendêssemos dessa disciplina na vida comunitária. Veja os casos de Et 4.16, quando a rainha vendo o perigo que o povo sofria, com as tramas de Hamã. Ela fez uma convocação de todo o povo de Deus que habitava na Pérsia para que ele obtive a atenção e o favor do rei Assuero. Veja que o jejum, estamos também falando do jejum coletivo, é uma prático do povo de Deus no Antigo Testamento e no Novo Testamentos Lemos que em At 13.1-4, os ministros da igreja estavam em jejum, bem como em oração, quando eles pediram a Deus que separassem a Paulo e Barnabé para o mistério com eles. Conforme o texto mesmo diz, estes ministros estavam "servindo ao Senhor e Jejuando" (At 13.2). O jejum coletivo tem importância para obtenção das respostas que vão além das minhas próprias necessidades, pois isto visa o avanço do Reino de Deus, mas também demonstra o quanto o povo de Deus está unido naquele propósito.

Objetivos do jejum

Em primeiro lugar, nós sujeitamos a Deus a nossa carne, o que não quer dizer que façamos isso de forma desproporcional a ponto de enfraquecermos e deixamos de cumprir com nossos deveres da nossa vocação. Em segundo lugar, para que possamos meditar com maior disciplina para que no fim derramemos nossas almas em oração a Ele (Jl 2.17; Lc 2.37; 1 Co 7.5). E em terceiro lugar, aprendemos que o jejum ter sua eficácia no combate espiritual, sabendo que há certas castas de demônios que só são subjugados com jejum e oração (Mc 9.28, 29).

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[1] A Prática da Piedade, Lwies Bayly, pg. 244

 


Reconciliando-me com Deus

Por José Eduardo

A Bíblia diz que Cristo nos reconciliou com Deus (Romanos 5.10; 2 Coríntios 5.18; Colossenses 1.20-21). O fato de que precisávamos de reconciliação significa que nosso relacionamento com Deus estava quebrado. Já que Deus é santo, a culpa era toda nossa. Nosso pecado nos separou de Deus. Romanos 5:10 diz que éramos inimigos de Deus: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”[1]

Vamos dar lugar a culpa ou a oportunidade de reconciliação?

Sim, de fato a bíblia afirma que temos culpas, há responsabilidades em nossos atos, “porque todos pecaram” (Romanos 3.23), e quem diz que não tem pecado se faz mentiroso (1 João 1.10). Mas esta é só uma parte da verdade, pois a Bíblia também afirma que para o pecador há um Advogado (1 João 2.1),e que Cristo nos perdoa e nos dá vida quando os pecados ainda são do nosso conhecimento (Efésios 2.1). Por isso temos que escolher entre ficar pensando somente na culpa ou vamos nos aproximar de Deus com confiança, sinceridade e arrependimento? Pois Não há nenhum prazer em Deus em nos deixar debaixo de culpa, uma vez que ele nos amou de uma maneira acima de nossas expectativas (João 3.16).

Quer se arrepender? Você sabe do que?

As vezes dizemos que não sabemos por onde começar. A Bíblia nos ajuda quando diz: “lembra-te, pois, de onde caístes” (Apocalipse 2.5). A primeira coisa que devemos fazer e buscar lembrar onde foi o erro. Este conhecimento sobre ele nem sempre é total, mas gradual. A medida em que você toma conhecimento dos seus próprios pecados a Bíblia diz que você não deve ficar só no conhecimento da culpa, mas (1)que você pode e deve apresenta-las a Deus, (2)arrepender-se (3)e voltar a prática das boas obras – “ (Apocalipse 2.5). Não existe razões para ficarmos “segurando a ponta da corda”, solte-a, confie na graça, na obra de Deus para sua reconciliação. “E é, por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus” (2 Coríntios 3.4)

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[1] Trecho extraído de Artigo - https://www.gotquestions.org/Portugues/reconciliacao-Crista.html